quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Mais uma proposta para o aquecimento global

O aquecimento global traz alguns problemas interessantes. Um é conseqüência direta do aumento das temperaturas: em locais quentes se torna cada vez mais imprescindível ter um ar-condicionado, em casa, no trabalho, no carro, aparelho portátil para andar na rua, ar-condicionados em todo lugar.

Mas o gasto de energia provocado por todos esses aparelhos de ar-condicionado implica, em geral, em mais emissões de CO2, e portanto mais aquecimento global. Que aumentará a necessidade de refrigeração ainda mais, que contribui para mais aquecimento, e por aí vai. Uma hora deve parar porque o mundo acaba. Mas enquanto isso não acontece, eu prefiro estar num ambiente agradavelmente climatizado quando o mundo acabar do que suando feito um porco. Eu sei que é o ano do porco mas prefiro não ser como um.

E aí vai mais uma sugestão minha: criemos a campanha Fusão Nuclear JÁ! A energia gerada por processos de fusão nuclear tem rendimento bem maior, com menos risco e menores problemas de lixo nuclear que o processo de fissão usado nas usinas atuais. O problema é que ainda não se sabe como controlar a energia da fusão, mas espera-se que em uma ou duas décadas exista tecnologia para isso. Se toda a humanidade fizer um esforço concentrado para achar soluções, é possível que o tempo seja bastante reduzido. Com essa campanha, todo mundo vai trabalhar pelo desenvolvimento da fusão nuclear como fonte de energia. Depois que isso estiver resolvido, todo mundo volta às suas vidas normais. O aquecimento global acabará em mais alguns anos, e nós poderemos ter nossos aparelhos de ar-condicionado. Todo mundo ganha.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Os brasileiros, segundo William Gibson

"...illiterate but massively video-consumptive folk". Eu achei engraçado, e até algo mais. Quem quiser que não goste, e organize campanhas de boicote contra o livro.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

2 em 1

No que procuro alguns DVDs de longas de animação japoneses, encontro a única forma em que A Viagem de Chihiro está disponível atualmente por aqui: em um pacote 2 em 1. Ultimamente têm aparecido vários desses, "Leve 2 filmes de ação" ou similares, em que os filmes estão ligados por alguma semelhança temática.

Neste com Chihiro são, obviamente, duas animações. O outro filme se chama Blinky Bill: O Ursinho Travesso.

Existem duas hipóteses para explicar o fato: ignorância ou má-fé. A primeira diria que a distribuidora não entende nada e juntou os dois como filmes infantis, já que são animações, e há todo um preconceito. Mas vendo o site criado pela distribuidora para promover o filme, tenho minhas dúvidas. Acho que eles pensaram "tem uma menina e um dragão bonitinho na capa, os pais vão olhar e levar para as crianças sem nem saber o que é". Pior que nem tá caro. Alguém quer um DVD de Blinky Bill: O Ursinho Travesso de presente?

domingo, fevereiro 04, 2007

Apocaeucalypto

Eu cresci sabendo que o mundo ia acabar. Mas como foi na década de 80, todo mundo sabia que o mundo ia acabar em uma guerra nuclear entre os EUA e a URSS, as duas siglas-potências do tempo. Eu vi inúmeros documentários sobre bombas atômicas, nucleares e de hidrogênio; sobre o que acontece na explosão, onda de choque, corpos carbonizados e tudo mais; sobre os testes do governo americano em que soldados foram expostos à radiação de uma bomba; sobre os testes com porcos. Eu vi The Day After, e documentários sobre como seria a vida após uma hecatombe nuclear. Essas coisas passavam na Globo regularmente.

Mas agora a guerra nuclear está em baixa, e todo mundo sabe que o mundo vai acabar por causa do aquecimento global. Que vai causar a elevação dos mares e sabe lá o que mais. Ironicamente, eu vi uma animação japonesa quando era pré-adolescente em que alienígenas vinham invadir a Terra porque o planeta deles tava completamente ferrado. E tinha um heroizinho andrógino de cabelo azul que pilotava o mega-robô para lutar contra eles. Mas aí chega um momento em que os alienígenas, que são humanóides perfeitos, decidem que não podem ganhar a guerra no braço, então têm que partir pra ignorância. Eles lançam duas bombas nucleares para explodirem nas calotas polares da Terra, derretendo o gelo todo e causando enormes tsunamis assassinos no planeta inteiro. Claro que a essa altura o Japão já era, mas o resto do planeta quase todo também. No final, o herói andrógino de cabelo azul está andando com o corpo de sua amada nos braços, e toca aquela musiquinha super triste, e é isso. O mundo acabou e o herói perdeu a namorada. Por sinal, eu vi vários desenhos e alguns filmes japoneses nessa época, e sempre tinha esse tom catastrófico. Um dia me perguntei, por que será que os japoneses gostam tanto de uma tragédia de grandes proporções? Que obsessão é essa que eles têm de querer ver Tóquio destruída por algum monstro gigante? Ah sim, lembrei: Hiroshima e Nagasaki e os documentários que eu vi sobre isso. Passavam no Globo Reporter, incluindo reconstituições detalhadas de como foi, relatos dos sobreviventes, toda aquela coisa legal de se ver quando você é criança. Mas ok, eu entendo porque em tantas histórias aparece um fator externo super-fodão para matar milhões de inocentes, ou o planeta todo mesmo.

Voltando, ter tido toda essa educação sobre apocalipses nucleares me deu uma idéia para solucionar o aquecimento global. Quem assistiu os documentários sabe que após as bombas e a devastação vem o que se chama de inverno nuclear, quando nuvens cobrem toda a superfície e bloqueiam os raios de sol. Então, solta-se umas bombas por aí em locais pouco habitados, e é inverno nuclear versus aquecimento global; o que acham? É um embate clássico, do tipo facas ginsu versus meias vivarina.

Mas o que importa, mesmo, é que o mundo vai acabar. O mundo sempre vai acabar.