quarta-feira, dezembro 13, 2006

História com moral

Quando começa a passar mais de uma semana sem posts, eu sinto a necessidade de vir escrever alguma coisa, qualquer coisa, para não deixar de atualizar. Sim, é estranho. Como se algo muito maior do que um mero blog perdido em um recanto obscuro da internet dependesse disso. Tenho refletido sobre o assunto, mas nenhuma resposta se apresentou até então. Quem sabe depois.

Mas hoje então convido-os para um momento de reflexão, um pouco de filosofia, se me permitem. As grandes perguntas são sempre as mesmas. O que queremos, o que buscamos nesta existência? Ou seja, qual o sentido disso tudo?

Outro dia, estava meio sentado meio deitado no sofá, lendo O Ser e o Nada. De vez em quando olhava pela janela, de onde dava pra ver o teto de um prédio em frente. Neste teto se reúnem alguns pombos, que ficam lá olhando para alguma coisa à esquerda, no chão. De repente, saem todos um atrás do outro e mergulham na direção para onde olhavam. Devia ser comida, imagino. Depois de um tempo vendo isso, voltei ao livro, mas não demorei muito. Voltei a olhar os pombos. E isso se repetiu até que, não passados nem 30 minutos, acabei dormindo.

Abri os olhos e estava no chao, deitado ao lado do prédio dos pombos. E tudo parecia gigante perto de mim, como se eu tivesse encolhido, ou tudo tivesse crescido enormemente. Olhei para cima, para o teto do prédio, e os pombos estavam olhando pra mim. Alguma coisa não ia bem. Comecei a sentir a ansiedade tomando conta, os segundos folgavam a passar e eu podia ver cada movimento dos pombos em detalhes: um cisco, outro, as garras fechando na quina do teto para tomar apoio, o corpo se inclinando, em preparação para o mergulho... e então veio o primeiro. Logo depois, se seguiram outros, em uma formação de V. E não havia dúvidas, eles vinham em minha direção. O surto de adrenalina cuidou para que os momentos seguintes parecessem um filme; aliás, pensando agora, me lembrou algumas cenas desse King Kong novo. Consegui rolar para o lado e desviar do primeiro, levantei, esquivei-me de outro, pulei por cima de um que vinha mais baixo e se esborrachou no chão, no alto do pulo agarrei na pata de outro, que com o peso foi caindo, coloquei os pés no chão, dei impulso ao pombo que ainda agarrava e usei-o para bater em mais um, e por fim consegui enganar dois deles para esquivar no último momento e faze-los se chocarem um com o outro. Então corri, com todas as forças que nem imaginava ter.

Neste momento parei para pensar, e minha vida nunca tinha feito tanto sentido. Sim, eu estava vivo, e a questão que antes me assolava agora parecia irrelevante. Foi aí que eu me dei conta que o episódio tinha me ensinado algo: não tentar mais ler O Ser e o Nada. O livro é pesado, chato, dá sono e induz pesadelos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Passei os olhos e vi q o post fala de Sartre. Depois leio com calma.

Agora quero registrar outra coisa, sobre o filme "Fonte da Vida": é o melhor filme que eu já vi.

E dessa vez nem vou ficar com raiva das letrinhas.

Anônimo disse...

endoideça não

Anônimo disse...

antes eram os zumbis. agora são s pombos.

percebe como a realidade invade pouco a pouco os teus sonhos?

temei.

Anônimo disse...

Já tentei ler "A náusea" duas vezes mas nao consigo passar de um certo ponto. Pode ser algum bloqueio, sei lá.. Acho ainda q sou criança demais pra ler essas coisas..